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  • Gordura nos queijos brancos fazem "menos mal" que dos queijos amarelos?

 A gordura presente nos queijos brancos é, do ponto de vista nutricional, exatamente igual à gordura dos queijos amarelos. A diferença é o teor de gordura nos dois produtos, geralmente superior nos queijos amarelos. Vale ressaltar ainda, que a cor do queijo também não é um bom indicativo do teor de gordura do produto, uma vez que alguns tipos de queijos são tradicionalmente adicionados de corante natural de urucum, o que dá a falsa percepção de um queijo "gordo". A melhor forma de se saber o teor de gordura de um queijo é checar a tabela nutricional no rótulo do produto. Além disso, ao contrário do que se acredita, a ingestão da gordura do leite, presente no leite integral ou em produtos lácteos como o queijo e manteiga, não aumenta o risco de obesidade ou diabetes. Na verdade, estudos conduzidos na última década indicam um menor risco de obesidade e de diabetes do tipo-2 em indivíduos que consomem leite e produtos lácteos com teores normais de gordura. Portanto, se o seu médico ou nutricionista te recomendar a substituição do leite integral pelo desnatado para controle ou redução de peso, você deve considerar seriamente a busca por outro profissional. 

 

  • Sais estabilizantes adicionados no leite UHT fazem algum mal à saúde? 

Os sais adicionados ao leite UHT tem a finalidade de ajudar no processamento desse produto e durante o seu armazenamento, e não são acrescentados com a função de conservar o produto. O longo período de conservação se dá pelas condições de processamento eenvase. Esses sais, que na maioria das vezes já estão naturalmente presentes no leite, não causam nenhum mal à saúde, tem somente a função de estabilizar a proteína do leite e "protegê-la" durante o tratamento térmico.

 

  • Como saber se sou intolerante à lactose?

Tradicionalmente a investigação de intolerância à lactose se dá pela ingestão de uma dose considerável desse açúcar junto de um acompanhamento da curva glicêmica (medição do açúcar no sangue) desse indivíduo, que deve ser feito em laboratórios confiáveis. Outros testes como teste molecular de genotipagem de polimorfismo e dosagem de lactase na mucosa duodenal também estão disponíveis. De qualquer forma, é de extrema importância o acompanhamento de um médico ou profissional da saúde para este diagnóstico, e não somente acreditar ser portador da intolerância em função de "sentir" os sintomas relatados por outras pessoas ou pela mídia.

 

  • Leite de caixinha faz bem ou de saquinho é melhor?

 Quando provenientes de empresas sérias e idôneas, ambos os produtos devem ter composição similar e boa qualidade. A principal diferença entre os dois tipos de leite é o processamento térmico a que são submetidos e que resulta nos diferentes prazos de validade dos leites. No caso do leite de caixinha, o leite é submetido a um tratamento com elevada temperatura por alguns segundos (Ultrapasteurização ou UHT), ao passo que o leite de saquinho é submetido à pasteurização convencional (temperatura mais baixa por mais tempo). A escolha de um ou outro produto depende muito mais da praticidade e conveniência do consumidor.

 

  • Há algum perigo para a introdução de leite integral na alimentação de bebês abaixo de 6 meses de vida ? 

Não há evidências de que exista alguma vantagem na introdução precoce (antes dos quatro meses) de outros alimentos que não o leite humano na dieta da criança.Na verdade, os estudos mostram que esta prática pode ser prejudicial.  O sistema digestivo e o rim da criança pequena são imaturos, o que limita a sua habilidade em manejar alguns componentes de alimentos diferentes do leite humano. O leite de vaca possui composição diferente do leite materno, e por isso pode sim oferecer riscos à saúde do bebê. Por exemplo, o leite de vaca possui maior teor de proteínas, porém os "tipos" de proteína presentes são diferentes: há maior teor de caseína, sendo que esta proteína que não é digerida satisfatoriamente pelo bebê, podendo lhe causar grande desconforto e refluxo. Essa prática pode também desencadear alergias em função de ofertar à criança frações proteicas que ele pode ainda não ter "maturidade" para receber. Outro ponto negativo é que o leite de vaca apresenta menor teor de lactose em relação ao leite materno, sendo este carboidrato de extrema importância à formação e desenvolvimento do sistema nervoso central da criança. Além disso, a proteção do leite materno contra doenças é mais evidente nos primeiros seis meses de vida, e assim, a introdução de outros alimentos neste período pode reduzir esta proteção, tão importante para o desenvolvimento do sistema imunológico.

 

  • Qual é a verdade sobre a lactose e alergias do leite?

Por outro lado, a alergia à proteína do leite de vaca (APLV), como o próprio nome diz, é uma alergia (reação imunológica) apresentada por indivíduos (normalmente crianças), ao consumirem leite de vaca e seus derivados. Neste caso, a reação alérgica ocorre devido à presença de algumas proteínas persentes no leite e nos produtos lácteos que são reconhecidas como “intrusas” pelo sistema imunológico do organismo, o que pode provocar desde sintomas clínicos mais brandos (ex.: manchas avermelhadas na pele) até sintomas graves como choque anafilático, dependendo da magnitude da reação alérgica desencadeada. A APLV é, portanto,um distúrbio mais grave e que requer acompanhamento médico e uma dieta estrita, isenta de leite e produtos lácteos. A APLV é tratada por meio de uma técnica conhecida como dessensibilização, na qual pequenas quantidades de leite ou de produtos lácteos são, sob acompanhamento médico, gradativamente reintroduzidos na dieta dos pacientes até que o sistema imunológico dos mesmos“reconheçam” as proteínas lácteas como um componente normal do alimento.

 

  • Leite é bom ou ruim para ganho de massa magra?  

Bom, definitivamente. E isso se dá, entre outras coisas, pelas características nutricionais singulares das proteínas do leite, como a presença de aminoácidos de cadeia ramificada. O “WheyProtein”, suplemento alimentar muito utilizado pelos praticantes de musculação, nada mais é do que as proteínas do soro do leite na forma concentrada.

 

  • Leite causa inchaço estomacal mesmo para quem não tem intolerância? 

Não há evidências da ocorrência de qualquer problema digestivo associado ao consumo de leite ou produtos lácteos por indivíduos que não apresentem intolerância à lactose ou alergia à proteína do leite de vaca.

 

  • A absorção do cálcio presente no leite é feita de forma eficaz pelo organismo? 

O cálcio é encontrado em maiores ou menores concentrações, dependendo do alimento, sendo, geralmente, mais abundante e biodisponível no leite bovino e derivados. Embora alguns alimentos tenham teores razoáveis de cálcio, sua absorção pode ser bastante variável. Por exemplo, se fosse comparada a biodisponibilidade do cálcio do "leite de soja enriquecido" com a do leite de vaca, vê-se que a do primeiro corresponde a apenas 75% da do segundo. Como o leite e outros produtos lácteos são as fontes principais do elemento na forma adequada a ser absorvido pelo organismo, as crianças que não os consomem, ou os ingerem em quantidades limitadas, estão em risco de deficiência deste mineral.

 

  • Criança amamentando o peito até 2 anos precisa consumir leite de vaca? 

De acordo com o Guia alimentar para Crianças menores de anos, do Ministério da Saúde, o leite materno pode ser uma importante fonte de nutrientes após o primeiro ano de vida da criança, pois continua sendo uma importante fonte de carboidratos, proteínas, gordura, vitamina A, cálcio e riboflavina no segundo ano de vida. Caso uma criança amamentada não estiver crescendo adequadamente após os 2 anos, será necessário melhorar e complementar a  qualidade nutricional e quantidade dos alimentos complementares, evitando ainda a interrupção da amamentação. Essa sugestão é reforçada com o estudo feito em Bangladesh onde as crianças desnutridas não amamentadas além do primeiro ano tiveram um risco seis vezes maior de morrer, quando comparadas com as amamentadas, e por isso, a OMS segue recomendando que as crianças sejam amamentadas preferencialmente por dois anos ou mais.

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