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Importância dos Lácteos na Saúde Óssea

Lácteos possuem expressiva relevância na saúde óssea, proporcionando benefícios aos humanos na infância, adolescência, vida adulta e em idosos. É de suma importância uma ingestão adequada de leite e seus derivados para uma vida longa e saudável.


Os produtos lácteos, bem como o leite fluido, possuem expressiva relevância na saúde óssea, proporcionando benefícios aos humanos na infância, adolescência, vida adulta, e também em indivíduos idosos. Primeiramente, vale ressaltar que o Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses, entretanto, o leite integral pode ser oferecido antes desta faixa etária, caso a diluição do mesmo seja feita adequadamente, e com auxílio de um nutricionista capacitado. Tanto o leite, quanto seus derivados, são importantes agentes preventivos da osteoporose, risco de fraturas, e decomposição óssea. Devido à complexidade da matriz nutricional do leite e derivados, tanto com relação aos seus macros, mas também aos seus micronutrientes, é de grande valia fazer consumo desse grupo de alimentos em todas as fases da vida, a fim de prevenir problemas ósseos e garantir um crescimento adequado.

As crianças encontram-se em fase de crescimento, formação óssea e dentária, além do desenvolvimento neurológico. Logo, o leite e derivados possuem papel crucial nessa fase, pois possuem micronutrientes de grande notoriedade no crescimento (cálcio, fósforo, zinco, ferro, magnésio e vitaminas A, B, C, D e ácido fólico). Além disso, destacam-se também pelo seu alto teor de proteínas de Alto Valor Nutricional (AVN), contribuindo significantemente para um crescimento saudável.

Já na adolescência, (fase que compreende dos 10 aos 19 anos, segundo a OMS) caracteriza-se por um crescimento abrupto acompanhado por um aumento das necessidades energéticas. Nesta fase, carências nutricionais em proteínas, vitaminas do complexo B e minerais como o cálcio, podem comprometer o desenvolvimento neurológico, físico e hormonal. Neste período, o consumo de lácteos é extremamente bem-vindo, sobretudos os produtos enriquecidos com proteínas, por serem práticos, palatáveis, e fazerem grande sucesso entre o público adolescente. Nos últimos anos, observou-se um expressivo aumento de adolescentes consumidores destes produtos, sendo essa a faixa etária que mais usa suplementos derivados do leite, como whey protein.

Na vida adulta (período que vai dos 19 aos 65 anos incompletos, segundo a OMS), a fase de crescimento já não é mais uma preocupação, mas sim a manutenção da saúde óssea. É por volta dos 30 anos que o pico de massa óssea é alcançada, e nesta fase, é de suma importância que os requerimentos nutricionais de cálcio continuem a ser ofertados, para evitar as perdas de DMO ao longo da vida. É necessário, também, garantir a homeostase óssea, prevenir a osteoporose, risco de fraturas, e auxiliar na conservação ou ganho de massa muscular. Além disso, a ingestão de lácteos pode contribuir em outros aspectos importantes à saúde, como no controle da obesidade, diabete mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares e manutenção de faixas adequadas de colesterol. Por isso, há grande necessidade de continuar a consumir leite e derivados adequadamente durante a vida adulta.

Nos idosos, o envelhecimento provoca uma série de alterações fisiológicas e consequente aumento das necessidades de nutrientes no organismo, principalmente o ácido fólico, cálcio, vitamina B6, vitamina B12 e zinco. Os mais velhos, que sofrem com fraturas e osteoporose, tem sua independência diminuída, e aumentam a necessidade de cuidado em tempo integral em instituições, representando um aumento de gastos relacionados a problemas de saúde (em caso de instituições públicas), e maior chance de abandono desses indivíduos.

Nesta idade, o leite é interessante devido à sua densidade nutricional, contribuindo para nutrição adequada, e prevenção da desnutrição. Além disso, devido a esse grupo de alimentos terem texturas, comumente mais tenras, a mastigação é facilitada, auxiliando na digestão e diminuindo o risco de engasgos. A elevada quantidade de proteínas de AVN no leite são importantíssimas entre os anciãos, pois podem ajudar a manejar/tratar a sarcopenia (condição em que há perda de massa muscular, devido ao avanço da idade). O leite fluido é um alimento muito aceito e de grande aderência pelo público idoso, pois é amplamente disponível, saboroso e de baixo custo. É possível atribuir este fato devido à razão de que os idosos utilizam mais os serviços de saúde, portanto, recebem mais orientações, incluindo as que incentivam o consumo deste alimento. Outra possível explicação é que, geralmente, idosos mais velhos tendem a morar sozinhos e, pela praticidade, podem substituir refeições principais por lanches, aumentando a ingestão de leite e derivados.

A fim de ressaltar a importância desta temática entre o público idoso, um estudo realizado com 7195 participantes, residentes de casas geriátricas, observou resultados apreciáveis no que tange a saúde óssea de idosos. O consumo de leite, iogurte, queijo, e demais derivados (todos ricos em proteínas, e cálcio), mostraram resultados de redução da perda de massa óssea, e aumento da proteína IGF-1. Esta proteína é produzida no fígado, e envolve-se no desenvolvimento da musculatura, manutenção dos níveis de glicose no sangue, redução dos níveis de gordura corporal, e diminuição do estresse oxidativo.

Vale ressaltar o alto teor de cálcio absorvido pelo organismo, contido no leite e derivados. Um copo de leite integral de 200ml, contém, aproximadamente, 240 mg de cálcio, representando aproximadamente de ⅙ da recomendação diária de cálcio, segundo o Dietary Reference Intake (DRI), de 1997.

É importante citar que mesmo em casos de intolerâncias e sensibilidades ao leite, não há necessidade de excluir os lácteos da dieta. Existem diversos alimentos no mercado “livres” de lactose (com a lactase já adicionada), como iogurtes, o próprio leite fluido, leite desnatado, leite condensado, creme de leite, queijos, creme de ricota, requeijão, lácteos fermentados, entre outros.

Indivíduos que ingerem aportes adequados de gordura, proteínas, cálcio, magnésio, zinco e potássio (todos contidos em quantidades apreciáveis no leite e derivados), possuem menor proporção de desenvolver problemas relacionados à saúde óssea. Existe também uma forte relação de vitamina D e cálcio, de forma que a vitamina D auxilia na absorção desse mineral. O consumo diário de leite está associado com a maior saúde mineral óssea do fêmur total e do colo femoral em homens com idade inferior a 50 anos, e melhor saúde da espinha lombar. Além disso, foi observado que o consumo de leite na pós-menopausa, de 2 a 6 vezes por semana, melhora a saúde mineral óssea e os riscos de osteoporose são diminuídos.

Um estudo realizado em 2018 questionou aos consumidores de lácteos qual era a importância do leite, e a maioria das respostas foi: “O leite é importante, sobretudo no crescimento, fortalecimento ósseo, e possui capacidade de prevenir osteoporose.” É possível notar, portanto, que há um conhecimento popular já disseminado acerca da expressiva relevância de lácteos e seus derivados na DMO (Densidade Mineral Óssea) e prevenção a osteoporose.

Portanto, a partir dos estudos analisados, foi observado uma associação positiva entre o consumo de leite e seus derivados na densidade óssea, redução do risco de fraturas, controle de peso, e prevenção de doenças crônicas. Logo, é de suma importância que exista uma ingestão adequada e diária de leite e seus derivados para uma vida longa e saudável.



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